VIZUALIZAÇÕES
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terça-feira, 27 de outubro de 2015
Poema da Flor no Deserto
Uma flor em meio ao deserto
ladeada por pedras ressequidas
envôlta ao pó...
A flor aspira à água fresca,
deseja com ardor a misericórdia
que permitirá recompor-se
Diz a si mesma, no íntimo de seu coração:
"Tivesse eu asas como a pomba,
voaria para um lugar de repouso,
ir-me-ia bem longe morar isolada,
apressar-me-ia em buscar um abrigo
contra o vendaval tempestuoso" (cf. Salmo 54 (55), 7-9)
O desamparo e o desconsolo
lhe fazem agora companhia,
as lembranças lhe causam tristeza
e no futuro não antevê alegria.
Um dia em que se ia distraída,
lhe ocorreu uma ideia,
a princípio, corriqueira:
"Meu Deus me ama!
Nossa que surpresa!
O Deus, que me teceu,
costura, hoje em seu coração,
desejos a meu respeito;
me sinto até sem jeito!
Meu Deus me olha,
me mira decidido,
me sonha imergida em águas mais profundas
Mergulhada no sentido da existência:
Sua essência!"
As mágoas, amarguras,
coisas duras que escutou e que são pesos
tudo isso se desfaz,
vão aos poucos dissolvendo-se
dando lugar ao que realmente vale a pena:
a conformação a Cristo de maneira plena!
Eis que surgem tempos novos
que aos poucos mostram a sua presença!
Tempos de vida, vitórias,
de alegria e paz intensas!
"Não quebrarei o caniço rachado
nem apagarei a mecha que ainda fumega
até que faça triunfar a justiça
até que estabeleça a vida eterna.
Em meu nome, as nações pagãs
porão sua esperança,
a justiça reinará no tempo de bonança." (cf. Isaías 42, 3-6)
E a flor que era triste,
ressecada, sem encanto,
sem perceber,
foi aos poucos se tornando
Na flor mais linda que já existiu!
(Gustavo Monteiro Gonçalves - 11/09/2012)
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