Se as pessoas não se autoclassificassem em melhores e piores, o egoísmo não existiria.
Se, ao contrário disso, se autoclassificassem em maiores e menores, os maiores protegeriam os menores e identificariam nos menores o mesmo valor, a mesma dignidade. Não haveria motivos para o egoísmo. Haveria mil razões para preocupar-se com as necessidades dos outros.
Se as pessoas não se autoclassificassem em melhores e piores, a inveja não existiria.
Os menores identificariam nos maiores fontes de crescimento material e espiritual.
Se as pessoas não se autoclassificassem em melhores e piores, a prostituição não existiria.
A consciência de igual dignidade impediria a crueldade de pagar para alugar o corpo de alguém e tratá-lo como coisa, como objeto.
Se as pessoas não se autoclassificassem em melhores e piores, as famílias não seriam desfeitas.
O cônjuge maior olharia o cônjuge menor com compaixão e responsabilidade, manteria sua promessa de ser fiel até o fim e resgataria o cônjuge infiel carregando-o nos braços.
Se não nos autoclassificássemos em melhores e piores, seriamos uma nação unida.
Os maiores atrasariam o passo para andar de mãos dadas com os menores.
E se tudo isso vier a ser realidade certamente ainda restarão os cabeças duras e os corações endurecidos que perseguirão os que tem a inteligência aberta e o coração sincero.
Entretanto, o constrangimento da bondade sempre é a melhor semente contra o mal que existe em quem é ruim.