Creio que a iniquidade apareceu no Inimigo através de uma sucessão de acontecimentos
primeiro ocorreu-lhe a tristeza por Deus o ter desapontado; aparentemente este anjo principal era o melhor, e estava tudo bem, mas eis que se fez necessário provar o amor deste anjo principal, até que ponto este amor era fiel e digno? Este amor resistiria a fidelidade mesmo quando a lógica não faz sentido? Pois bem, Deus pensou e criou o homem do pó da terra e, sem maiores explicações, foi revelando ao anjo principal que este deveria servir a Deus através do serviço ao homem;
conforme esse desapontamento, e quem sabe o silêncio de Deus, se foi estendendo, mais fraco o anjo principal foi sentindo, e ao mesmo tempo os elogios dos outros anjos começou a consolá-lo; o anjo principal viu nos elogios de seus semelhantes um alívio, e ao invés de obedecer, rendendo glória a quem é de direito, deleitou-se em si mesmo, em uma auto idolatria que mais tarde seria chamada de orgulho. A tristeza de não se sentir tão amado como achava que era também recebeu um nome: inveja, e então assim iniciou-se o mal. De uma provação necessária originou-se o distúrbio que conhecemos por inveja, da inveja ligou-se uma consolação indevida denominada orgulho e desta cegueira completa ecoou, no universo, um brado hostil: não servirei!
E por que Deus não impediu que, nós humanos, fôssemos provados, talvez fomos criados justamente porque alguns anjos falharam.
Deus sofre. O que diz não desdiz. É refem de seus decretos. O livre arbítrio das pessoas pode causar dor até mesmo em Deus.
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