Jesus era plenamente humano. Isso significa que Ele não se prevaleceu de sua igualdade com Deus. Prevalecer-se, aqui, no sentido de: “Eu tinha poder e direito para me destacar ou tirar vantagem, mas escolhi não fazer isso.”
À primeira vista, há algo que pode soar estranho na paixão e morte de Jesus: Nosso Senhor suportou toda aquela dor movido por um prazer — o prazer de amar o Pai. Sim, o Filho amou o Pai de tal maneira, que Sua alegria consistia em obedecer Àquele que o enviou, custasse o que custasse.
Isso nos leva a refletir: por que tantas vezes não conseguimos resistir a um vÃcio ou manter o controle diante de uma ofensa? Talvez porque nos falte um prazer que compense a dor. Talvez nos falte o êxtase que nasce da relação com Aquele que nos amou antes da fundação do mundo, e que, muitas vezes, se oculta — e, a esse ocultamento, chamamos de: sofrimento. Ele se esconde porque esta vida passageira não se destina à cristalização ou imutabilidade, mas à purificação.
O prazer gerado pela experiência só acontece com a própria experiência — o prazer da amizade com Deus só nasce na oração, na ação, na partilha de ideias e na coragem de viver a missão que Ele nos deu.
Mesmo sabendo que uma das marcas de Deus é, por vezes, desaparecer do nosso radar de percepção, é apoiados nas lembranças da nossa amizade com Ele que encontramos força para superar dores e dificuldades.
É preciso obedecer. Ninguém encontra verdadeira felicidade ignorando princÃpios essenciais. Mas só obedece até o extremo quem, até o extremo, amou.
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