VIZUALIZAÇÕES

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Disse Jesus: "A minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida." (João 6, 55)

     “A presença do verdadeiro Corpo e do verdadeiro Sangue de Cristo na eucaristia, 'não a apreendemos pelos sentidos, diz São Tomás de Aquino (1225-1274 d.C.), mas só pela fé, que se apoia na autoridade de Deus'. É por isso que, comentando o texto de Lucas 22, 19 ‘Isto é o Meu corpo que será entregue por vós’, São Cirilo de Alexandria (376-444 d.C.) declara: ‘Não vás agora perguntar-te se isso é verdade; mas acolhe com fé as palavras do Senhor, porque Ele, que é a verdade, não mente.’” (Catecismo da Igreja Católica, 1381)

     Será que só os apóstolos receberam de fato o Corpo e o Sangue Cristo e depois deles todos os cristãos, ao longo dos séculos, receberam apenas a representação da Carne e do Sangue do Senhor?

     Ainda assim alguém poderia argumentar que o discurso de Jesus sobre dar de comer o seu corpo é em sentido figurado porque no final do capítulo 6 do evangelho de João (capítulo este que é uma “carta magna” sobre a eucaristia) Ele falou que:

     “O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida.” (João 6, 63)

     Porém questiono você:

     Você concorda que neste versículo “palavras” tem o significado de “mensagem”?

     Concordando com isso fica fácil interpretar:

     A mensagem do Senhor é Espírito (em hebraico “Ruah”: o hálito de vida do Pai) e Vida! Não crer nessa mensagem específica: que a sua carne é verdadeiramente uma comida e o seu sangue é verdadeiramente uma bebida é não ter a vida, pois, nesse mesmo capítulo Ele afirmou: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6,53-54)

     Nossa carne só irá ressuscitar no último dia se estiver nutrida fisicamente da carne de Jesus!

     Memorial significa fazer memória. De fato, não teria sentido consagrar a eucaristia sem recordar a vida, a morte e a ressurreição do Senhor!

     Lembrar e comungar são coisas diferentes, mas inseparáveis (ou deveriam ser...)

     E, se realmente o sentido foi figurado, porque então Jesus não explicou melhor como o fez na parábola do joio e do trigo (confira em Mateus 13, 36-43) ou naquela situação em que disse: “Não é aquilo que entra pela boca que mancha o homem, mas aquilo que sai dele.” (confira em Mateus 15, 11-20)?

     Jesus perdeu discípulos ao dizer que daria a si mesmo como alimento, veja:

     “Muitos dos seus discípulos, ouvindo-o, disseram: Isto é muito duro! Quem o pode admitir? Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele.” (João 6, 60.66)

     Mas ao invés de "botar panos quentes" como diz o povo, de amenizar a situação, o Senhor foi ainda mais fundo:

     “Então Jesus perguntou aos Doze: Quereis vós também retirar-vos?” (João 6, 67)

     Nessa hora Pedro expressa bem aquilo que diante do mistério devemos dizer:

     “Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!” (João 6,68-69)

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