VIZUALIZAÇÕES

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

O Prazer Inerente à Troca

    A satisfação da vida não está em fechar-se em si mesmo e sim no altruísmo. Ao contrário de egoísmo, que significa colocar o ego no centro, altruísmo quer dizer ter o outro como sentido:
“A porta da felicidade abre para o exterior; quem a força em sentido contrário acaba por fechá-la ainda mais.” (Sören Kierkegaard - Filósofo)
“A personalidade humana é uma estrutura narrativa, logo carece de sentido. O sentido é encontrado e realizado (...) através das nossas ações conscientes. A pergunta que fica é: é próprio do ser humano se realizar na busca por sentido ou por conforto? Quem busca realizar-se no conforto, está preso ao império da matéria e se poupará sempre, na esperança de que se preservar seja o suficiente para encontrar a felicidade. É o paradoxo da felicidade humana: quem se poupa, se perde. Quem se doa por um valor inegociável, encontra sentido no viver.” (Dr. Saulo Barbosa - Psiquiatra)
    A “troca” é uma das experiências mais prazerosas que existe, uma evidência disso é a alimentação. No ato de almoçar ou jantar em um "restaurante", ao trocar calor e absorver a energia dos alimentos, experimentamos o prazer de uma “refeição”. Outro exemplo é a respiração humana. A temperatura do ambiente no qual você está agora lendo este texto provavelmente é algo abaixo de 37 graus. 37 graus é, em média, a temperatura do corpo humano em seu estado normal. Quando o ambiente está mais quente do que o nosso corpo, temos uma sensação de abafamento, sufocamento, que, por sinal, é a mesma sensação que ocorre em algumas crises de ansiedade ou depressão. Isso acontece porque a troca, além de ser algo gostoso, é indispensável. Não podemos deixar de realizá-la, do contrário definhamos na falta de sentido. Quando a gente “troca ideias” conversando com alguém interessante ou mesmo lendo um bom livro, experimentamos esse prazer. Não fomos criados para o autofechamento, para a estagnação. A vida é uma realidade dinâmica! 
     Relacionar-se satisfaz a alma porque, ao compartilhar e acolher ideias, obedecemos a regra escrita, não em livros, mas em nossos corações. A palavra "acordo", em latim, é a junção dos termos “ad” + “cordes” que unidos significam: “junto ao coração", ou seja, o acordo deveria ser um compromisso entre corações. Se trocamos ideais, favores, respeito, confiança com outra pessoa, temos uma das melhores experiências da vida: o acordo, o encaixe de almas, em última análise, a paz, porque a paz é "a tranquilidade na ordem.” (Agostinho de Hipona, 354 - 430 d.C.) 

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