Albert Camus, escritor franco-argelino, dizia que “a origem dos nossos males está na comparação”, mas como é possível aprender matemática ou economia, por exemplo, sem fazer uso da comparação? Considerando isso, é justo adicionarmos a palavra “quase”, ao raciocínio de Camus para torná-lo mais: “*quase* toda comparação gera sofrimento!"
Comparar é indispensável para lidar com coisas, mas, com seres humanos, precisamos de um cuidado: a capacidade das pessoas deve ser diferenciada entre *maior* e *menor*, e nunca entre *melhor* e *pior*.
Reconhecer que se é maior que alguém não é um problema: isto implica uma responsabilidade para com os que são considerados menores, além de admitirmos que não somos os maiores absolutos: sempre existirá alguém maior, de quem podemos adquirir mais conhecimento. Porém, pensar que um indivíduo é melhor ou pior, revela algo mesquinho: se determinamos alguém como _melhor_ agimos como se o outro fosse _desprezível_, e para Deus todos somos únicos, insubstituíveis e indispensáveis. A vida é a obra contínua de Deus em cada um de nós; nascemos para pedir, receber e viver a sabedoria. A sabedoria dá sentido a tudo, das coisas simples às complexas, prazerosas ou dolorosas.
Separar pessoas em melhores e piores nos leva à marginalização, enquanto que considerá-las maiores ou menores conduz à maturação! A maturidade requer tempo para se desenvolver e, em cada passo, podemos aprender tendo Nosso Senhor Jesus Cristo como referência; um dia Ele nos ensinou exatamente isso ao dizer: "O discípulo não é maior do que o mestre." (Mateus 10, 24)