“Não chame de ‘bênção’ o que você precisou pecar para possuir.” (@abraajaula)
Essa frase me faz lembrar de duas pessoas: Judas e Zaqueu.
Judas, em atitude rebelde e presunçosa, pretendia obter a libertação de Israel 🇮🇱 entregando sangue inocente (e depois chamaria de bênção aquilo que precisou pecar para conseguir).
Zaqueu, ao receber Jesus — a salvação em pessoa — em sua casa, assumiu uma atitude humilde e prometeu dar metade de seus bens aos pobres e, se houvesse defraudado alguém, comprometeu-se a restituir o quádruplo.
De fato, a porta estreita pela qual entramos no Céu é a humildade. E, como disse Santa Teresa d’Ávila: “A humildade é a verdade”, o que condiz com o discurso de Nosso Senhor: “Eu sou a porta.” (Jo 10,9) / “Eu sou a verdade.” (Jo 14,6).
No fundo, não somos muito melhores do que Judas, nem do que os cobradores de impostos do tempo de Jesus, nem mesmo do que os dois ladrões crucificados ao lado do Senhor.
Infelizmente, podemos ser ladrões da graça de Deus que, em vez de retribuí-la com sacrifícios de louvor, gastamo-la em diversos pecados. A diferença entre a salvação e a perdição total é que os que se perdem não têm a humildade de reconhecerem-se pecadores.
Ao contrário de aliviar o sofrimento do Senhor, que é crucificado de novo ao ver as más escolhas dos homens (conforme Hebreus 6, 6),os maus agravam ainda mais a dor de Jesus quando dizem: “Se és o Filho de Deus, desce da cruz e salva a ti mesmo e a nós.”
Enquanto isso, o bom ladrão se salva porque é humilde; porque, mesmo criminoso, ama, admira e adora a verdade e, por isso, a reconhece quando está diante dela. Este corrige o ingrato e diz:
“Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Para nós, isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes; mas este não fez mal algum.” E acrescenta: “Jesus, lembra-te de mim quando tiveres entrado no teu Reino!”
Nosso Senhor, que horas antes dissera a Pilatos: “Todo o que é da verdade ouve a minha voz”, responde aos Dimas de todos os tempos:
“Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso.”
Todas as vezes que humildemente dizemos: “Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, tem piedade de mim, pecador”, saímos das trevas e adentramos na luz.
